HOLOGRAFIA
Comunicação e Multimédia 2015/2016 - METI
HOLOGRAFIA VS TECNOLOGIAS CONCEPTUAIS
A holografia tem uma relação muito estreita e próxima com a fotografia, como pudemos constatar nas secções anteriores, possuindo princípios e conceitos muito similares. No entanto, existem outras tecnologias, além da fotografia, que de certa forma se assemelham a certas aplicações da holografia, como a shearography e a realidade virtual. Ao longo desta secção, iremos fazer uma breve comparação entre a holografia e estas três tecnologias (shearography, realidade virtual, fotografia), abordando as várias diferenças e semelhanças, vantagens e desvantagens, na tentativa de elucidar o leitor sobre as várias relações que a holografia estabelece com outras tecnologias conceptuais, e que poderão determinar a escolha por parte do utilizador.
Holografia vs Shearography
Começando pela shearography, que é um método de medição e teste de materiais, usa técnicas muito similares à interferometria holográfica, no entanto, com algumas diferenças. Por exemplo, no caso da interferometria, a holografia aplica-a usando dois feixes de luz laser, enquanto no caso da shearography, é usado apenas um feixe de luz laser que posteriormente é refletido da amostra. A shearography possui algumas vantagens em relação à holografia que poderão influenciar a escolha do utilizador, como: a baixa sensibilidade a vibrações; facilidade na sua utilização, não sendo necessário um conhecimento prévio muito detalhado; obtenção de informações em termos de qualidade; entre outros. Apesar da possibilidade em aplicar ambas as tecnologias a certas áreas, a shearography é a preferida quando lidamos com ambientes muito severos.
Holografia vs Realidade Virtual
Em seguida, temos a realidade virtual que apesar de não se assemelhar em muito com a holografia no que diz respeito aos princípios e conceitos, o produto final em muito se assemelha com o da holografia, o holograma. No entanto, existe uma diferença entre as duas, que as separa drasticamente e que põem fim a uma possível comparação: a realidade virtual mostra-nos algo tridimensional que não é real, enquanto a holografia produz um objeto tridimensional na “nossa realidade”. Como ambas as tecnologias são muito recentes e por explorar, é difícil de dizer se no futuro as duas terão ou não mais proximidade, em termos de princípios e conceitos usados.
Holografia vs Fotografia
Por fim, temos o duelo mais interessante, entre a fotografia e a holografia, pelas suas óbvias semelhanças, no entanto, e como seria de esperar, observam-se algumas diferenças que enriquecem a holografia a nível tecnológico e reforçam o seu estatuto e cariz exótico, nunca descorando do facto de que ambas as tecnologias são gravações de luz refletida, apenas representadas de diferentes modos.
Um conceito que elucida a compreensão do fenômeno físico levado a cabo pela holografia, é a perceção da maneira de funcionamento de uma máquina fotográfica comum. Para captar-se uma determinada imagem, a luz atravessa a lente da máquina e incide sobre um determinado sensor que irá efetuar a gravação do filme. Entre a lente e o sensor existe também outro dispositivo, que é usado por vezes também na holografia, que dá pelo nome de obturador, para controlar a exposição do feixe de luz sobre a máquina. Existe também um conjunto de espelhos nos quais o feixe de luz é refletido, um entre a lente e o obturador e outro colocado paralelamente acima, refletindo o feixe para o visor da máquina fotográfica. Como podemos verificar, este mecanismo em muito se assemelha com o da holografia, em termos de conceitos e equipamentos.
Uma das grandes diferenças entre a holografia e a fotografia é: a fotografia apenas grava a amplitude da luz que é emitida para o filme da máquina, onde irá ser gravada a fotografia. Por outro lado, para a produção de um holograma, necessitamos de ter mais informações sobre a luz que está a ser emitida. Para isso necessitamos de uma fonte de luz diferente da típica luz branca produzida pelo sol, visto que, este tipo de luz produz emissões de todas as frequências presentes no espectro eletromagnético, sendo por isso considerada uma fonte de luz “desorganizada”, onde as emissões possuem diferentes comprimentos de onda que viajam em diferentes direções e com fases irregulares entre si.
Um outro ponto de vista é que quando uma fotografia é cortada a meio, cada parte mostra exatamente metade do cenário, mas quando um holograma é cortado a meio, o cenário inteiro ainda pode ser visto em cada uma das metades. Num holograma, caso este seja repartido em partes, cada uma dessas partes contém informação acerca do holograma original como um todo, sendo por isso possível a sua reconstrução, enquanto numa fotografia, a perda de apenas uma pequena parte resulta em destruição de informação que não pode voltar a ser recuperada.

